ORIGENS

Olá pessoal! Como vocês estão?

Demorei um pouco, mas estou de volta.

Hoje, ofereço-lhes uma resenha musical.

É claro que espero que gostem! :)


Carrie Underwood

Já conhecia algumas das músicas de trabalho de Carrie Underwood, cantora natural do Estado de Oklahoma, nos Estados Unidos da América. Com meus treze ou quatorze anos de idade, singles como Before He Cheats ou Jesus, Take The Wheel, por exemplo, constituíam a lista das músicas mais reproduzidas em meu antigo e já falecido MP3 - supra sumo da dita alta e moderna tecnologia inerente a meados dos anos de 2005 e 2006.

No entanto, o fruir da novidade tivera seu derradeiro desaparecimento tão logo minha fascinação por grupos musicais estrangeiros, tais como RBD e High School Musical, iniciara - todos temos um passado do qual nem sempre nos orgulhamos. Deste modo, muitos anos de passaram até meu especial reencontro com a música da Sra. Underwood.

Nata representante da vertente da Country Music, a intérprete e compositora, hoje com seus bem vividos trinta e cinco anos de idade, fora mundialmente projetada à indústria musical e ao mercado fonográfico a partir da conquista de primeiro lugar na quarta temporada do programa musical televisivo American Idol - sobre o qual resenhamos sua mais recente temporada neste post. Carrie ganhara, na referida temporada, um episódio exclusivamente dedicado ao seu caminhar musical. Os participantes foram convidados a interpretar, cada um à sua peculiar maneira, algumas das músicas de maior sucesso da artista. De agradáveis surpresas até mesmo àquelas que fizemos questão de apagar das memórias, os resultados da homenagem podem ser conferidos neste link.

Logo, sorrateiramente, meu interesse em retomar a audição da produção musical de Carrie fora tomando cores, tons e formas. Inicialmente, o responsável por conduzir-me à completa imersão no universo da Country Music norte-americana contemporânea fora o cantor Luke Bryan, um dos jurados da primeira temporada de American Idol e sobre o qual dissertamos neste post, acerca de seu álbum, What Makes You Country. De Luke à Carrie, de Carrie à Jason Aldean - resenha neste post -, de Jason à Miranda Lambert, inúmeras foram as boas descobertas as quais tive a oportunidade de realizar na vertente deste tão patriota e singular gênero musical dos países norte-americanos.

Sem dúvidas, de todos estes incríveis artistas, foi Carrie Underwood aquela que me abraçou de forma mais terna, tendo em vista que já nos conhecíamos de outras épocas. Deleitar-me pela discografia desta country girl - feito o qual ainda não havia, infelizmente, realizado - constituiu-se viagem aos anos iniciais de minha adolescência, quando o acesso aos dispositivos de natureza eletrônica ou à Internet ainda se fazia difícil e escasso. Eram horas esperando o download de uma simples faixa musical via eMule, quem diria um álbum completo. Para os internautas de dez ou quinze anos atrás, certamente algo impensável.

A trajetória de uma das American Idol mais proeminentes não apresenta significativas oscilações no que diz respeito à sonoridade ou ao tipo de composição. Em geral, os três primeiros CDs seguem aquilo que a indústria musical denomina como Country Pop, um mix entre elementos típicos da Country Music com batidas pop, o quê torna as músicas resultantes mais acessíveis à grande massa, para além das classificações atinentes ao meio fonográfico. A partir do quatro álbum, verificamos certas inclinações ou tendências que apontam para o direcionamento de sua música para outros possíveis caminhos. No CD lançado em 2015, constata-se, enfim, o cortejo de Carrie em relação a distintas sonoridades, de batidas pop a melodias vinculadas ao Rock. Em Cry Pretty (2018), seu mais recente trabalho de estúdio, faz-se notável sua total abertura a outras viabilidades musicais.

Cabe aqui lembrarmos que junto de Kelly Clarkson, vencedora da primeira temporada de American Idol, Underwood é tida como a mais bem sucedida conquistadora do título, tendo sido aclamada pela crítica e premiada em diversas categorias. O motivo de tamanho sucesso pode ser justificado de modo a considerarmos não somente seu inquestionável talento, mas também o inusitado depósito de apostas na manufatura de uma Country Music para o grande público. Em termos outros, Carrie Underwood vingou.

À cargo de curiosidade, Carrie ganhou notoriedade na cena mundial, para além dos confins e meandros da Country Music, ao interpretar o tema Ever Ever After, pertencente ao filme Encantada, produzido por Walt Disney no ano de 2009.

E tudo isto - sem exageros - ocorrera sem que se desfizesse da Country Music.

Os passos de Carrie, de certa maneira, me fazem pensar acerca daquilo que nos tornamos, seja por escolhas deliberadas ou por circunstâncias as quais a vida nos impõe.

Em seus mais de dez anos de carreira, Carrie Underwood lançara seis álbuns de estúdio, todos pela mesma gravadora, Arista Nashville, exceto Cry Pretty, por Capitol Nashville:

- Some Hearts (2005);
- Carnival Ride (2007);

- Play On (2009);

- Blown Away (2012);

- Storyteller (2015);

- Cry Pretty (2018).

Confiram o parecer relativo ao último lançamento de Carrie Underwood, Cry Pretty.

- Cry Pretty: É o primeiro single do álbum. Lançado em um dos episódios da última temporada de American Idol, Cry Pretty desde já nos demonstrara a tendência de Carrie Underwood no que se refere ao movimento exploratório das demais possibilidades da Country Music contemporânea, conduzindo-a ao encontro de outros lugares que também pudessem tão bem lhe acolher. Possui claras influências de Blues e Soft Rock. É difícil não nos impressionarmos com a incrível "voz de cabeça" magistralmente executada próximo ao término da faixa. Emblemática e capaz de sinalizar nova e madura era musical, a canção, indubitavelmente, se constitui não apenas como ótima primordial escolha para promoção do CD, mas como - irrecusável - convite à imersão neste trabalho.

- Ghosts On The Stereo: A canção claramente nos reporta às anteriores produções musicais da cantora, o quê a faz soar, por vezes, como algo cujas expectativas são desapontadas. Apesar disto, é importante reconhecer que Ghosts On The Stereo figura-se, talvez, como promissora faixa promocional - exatamente por sua melodia permeada pelo "mais do mesmo" já comum no atual mercado musical da Country Music. 

- Low: Melodia envolvente, sensual e acolhedora de explícitas influências provenientes do Blues e do Soft Rock, tal como ocorre em Cry Pretty, a faixa - acreditem - ainda sim flerta singelamente com triviais elementos da Country Music. O solo de guitarra presente na ponte, o qual nos encaminha à finalização da canção, merece nossos mais atentos ouvidos.

- Backsliding: Uma melódica e melancólica balada com contagiantes e românticas batidas pop. É apenas desta maneira, assim, complexamente e paradoxalmente, que se torna possível descrevermos Backsliding. Com nuances de natureza nostálgica referentes a experiências musicais pelas quais a Sra. Underwood jamais se aventurara, a faixa corresponde a algo até então inédito no repertório da intérprete e compositora country.

- Southbound: Se Southbound não for selecionado como single, certamente se tornará extremamente difícil promovermos quaisquer sejam as conjecturas sobre o álbum em análise. Com a evidente presença de banjo, marcante instrumento musical no universo da Country Music, a faixa é animada e não nos resta dúvidas quanto à dedicação de Carrie no que concerne à produção de Cry Pretty, ao ponto de trazer aos admiradores de sua trajetória artística suas até então desconhecidas facetas musicais. Isto nos confirma a confiança que anos de carreira podem oferecer a uma artista como a cantora em voga.

- That Song That We Used To Make Love To: No melhor estilo R&B, Carrie nos mostra como uma country girl é capaz de passear por diferentes vertentes da música contemporânea sem deixar de lado seu velho e surrado par de botas. A cantora apresenta um bom desempenho nesta missão, apesar deste não corresponder a um ponto de grande êxtase no álbum o qual aqui analisamos. Tão facilmente esquecível quanto seu extenso título, That Song That We Used To Make Love To inadequadamente têm chances, sim, reconheçamos, de ser eleita como uma das próximas canções promocionais de Cry Pretty. O quê o desejo de alcance do mainstream, à nível mundial, não seria capaz de fazer?

- Drinking Alone: Possui uma levada bacana, mas nada que mereça uma atenciosa análise. De maneira geral, configura-se como típica faixa musical de preenchimento em playlist.

- The Bullet: É a Carrie Underwood de Some Hearts ou Carnival Ride a qual você deseja novamente ter o prazer de escutar? Esta faixa, classificada como verdadeiro deleite para os fiéis fãs da compositora e intérprete country, é tudo e muito mais o quê poderíamos esperar. Eis o retorno da storyteller country mais adorada desde os anos 2000.

- Spinning Bottles: Delicada balada cuja composição abarca piano e violino. Linda.

- Love Wins: Love Wins é o segundo single promocional do CD. Seu vídeo clipe fora compartilhado alguns dias antes do lançamento oficial de Cry Pretty. Tal como o referido vídeo, a canção corresponde à celebração de ser e estar em um mundo ainda repleto de injustiças e inconcebíveis pré-julgamentos, todavia, capaz de ressignificar-se graças às demonstrações de afeto e amor para/com o próximo. Sim, o amor sempre vence no final.

- End Up With You: Melodia pop chiclete que cola mais do que bonder e ainda que você tente esfregar esfregar esfregar esfregar esfregar, não, não sai de modo algum. Outro viável single para a promoção de Cry Pretty. Este seria muitíssimo bem-vindo!

- Kingdom: Remete-nos aos trabalhos musicais costumeiramente ofertados por Carrie. Estrategicamente disposta ao término do álbum - coincidência ou acaso sua semelhança em relação às canções finais de Some Hearts e Carnival Ride, respectivamente Inside Your Heaven e Wheel Of The World? -, Kingdom traz leveza quase celestial, talvez devido à sonoridade vinculada ao Soft Rock ou à presença de coral, mas especialmente por sua fidelidade às raízes country que consagraram a Sra. Underwood no universo musical.

Meio pop, com nuances de R&B e resquícios ainda vivos e latentes da boa e velha Country Music norte-americana, Cry Pretty é resultado de trajetória musical construída de modo sincero. Ainda que interceptadas por influências da música de nossa contemporaneidade, as canções do álbum em destaque nos demonstram a possibilidade dos artistas se manterem fiéis às suas origens. E isto, certamente, Carrie o faz com maestria.

Carrie transfigurou-se, mas sua mais pura essência, esta, continua lá. <3

E o mais cômico é que alguns cantores country, como se arrependidos do flerte e quase relacionamento sério com outras searas musicais, hoje tentam, a todo custo e sem obter quaisquer grandes êxitos, retornar ao gênero que originalmente os impulsionaram...

É evidente que recomendo-lhes a audição dos demais trabalhos da cantora. E, claramente, indico-lhes buscar "Carrie Underwood" em suas redes sociais! :)

Aguardo, ansiosa, por seus comentários.

Nos vemos no próximo post!

Abraços,

Jennifer.