UM LUGAR PARA SE CHAMAR DE LAR

Oi pessoal, tudo bem com vocês?

Estou de volta! Trago-lhes hoje uma resenha de série televisiva.

Espero muito que curtam!


One Tree Hill

Sou daquelas pessoas que levam, talvez, um ano ou mais para assistir a uma série televisiva de oito ou dez temporadas, aproximadamente. Não foi diferente com One Tree Hill, a qual tive o prazer de iniciar em meados do ano de 2017. Confesso que já a finalizei há alguns meses, no entanto, tendo em vista o atribulado e escasso tempo, protelei minha vinda ao blog para apresentar minhas impressões sobre o seriado. Iniciemos, enfim.

One Tree Hill fora produzida no início do novo milênio, mais especificamente no ano de 2003. Warner Bros Pictures responsabilizou-se por sua produção, bem como sua transmissão em seu próprio canal televisivo, The WB, o qual viria a ser denominado mais tarde como The CW. Nos moldes de exitosas séries voltadas ao público teen norte-americano, esta esteve em alta em época semelhante àquela na qual outros empreendimentos televisivos, também dedicados aos adolescentes, faziam-se evidentes, tais como The O.C., Gilmore Girls ou Smallville, apenas à título de menção.

Ao citarmos estes exemplos, é difícil não nos recordarmos da programação dominical matutina do canal SBT. Cabe salientarmos que até então fora este o principal veículo de transmissão de séries norte-americanas em território brasileiro - valeu tio Silvio!

Assistir a One Tree Hill significa, dentre inúmeras outras questões, regressarmos ao tempo - ainda que jamais tenhamos sido capazes de compartilhar das mesmas vivências experienciadas pelas personagens do seriado. É, portanto, contatar uma temporalidade na qual nem ao menos tivemos a oportunidade de performarmos.

Sim, é estranho... Mas é exatamente deste modo que me sinto ao assistir a um episódio de média definição, com áudio ruidoso, cenário e indumentária típicos do início dos anos 2000 e, é claro, boas referências noventistas.

O trajeto percorrido pelos irmãos Lucas e Nathan Scott é único, entretanto, peculiar a inúmeros outros garotos adolescentes de dezessete anos de idade, alunos do Ensino Médio, amantes do esporte e perdidos em suas desilusões enquanto garotos residentes em um mundo nem sempre facilmente apreensível. O desajuste social, ocorrência demasiada comum no decorrer da adolescência, é abordado de maneira delicada se comparada àquela trazida à luz por outras séries do gênero. Isto, pois acompanhamos o descaso de um pai em relação a um filho concebido ainda na juventude e no momento de ápice de sua carreira enquanto esportista. Logo, o ponto de partida dos habitantes da pequena cidade de Tree Hill, localizada no Estado da Carolina do Norte, corresponde ao aspecto que certamente torna ímpar o seriado em análise. 

Todavia, não apenas de originalidade é constituída a série. Este não corresponde a um aspecto de natureza negativa, até por que One Tree Hill surge em contexto midiático e de consumo congênere a outros seriados já anteriormente mencionados, fato que poderia, parcialmente, justificar algumas das similaridades apresentadas em relação a outros empreendimentos televisivos da época. Sendo assim, seria algo esperado, de fato, que algumas questões viessem a se presentificar frequentes em seu enredo: o acirrado relacionamento de amizade entre duas jovens garotas; a conturbada relação estabelecida com os pais; os espaços públicos de encontro entre pares - no caso deste seriado, a quadra de basquete próxima ao lago e o saudoso TRIC, Bar e Danceteria -; o abuso de álcool e drogas; e, não menos importante, a promiscuidade sexual entre jovens norte-americanos.

Ainda que em muitas passagens a história dos adolescentes de Tree Hill se igualem à trajetória de tantas outras memoráveis personagens do universo ficcional da TV, a referida cidade é pitoresca:  seus habitantes se conhecem desde suas mais tenras idades, mas nem todos se gostam ou almejam transparecer suas verdadeiras facetas - e isto, sim, é real. O sentimento de coletividade inerente a uma pequena cidadela é enaltecido, bem como questões comuns à adolescência, mas cada personagem, Lucas, Payton, Nathan, Brooke e Hayles - citando os principais - se constitui único e detentor de sua própria personalidade.

A série possui nove temporadas, sendo que a apreciação da última, lançada em meados de 2009, é considerada por alguns fãs algo opcional. No último episódio da anterior temporada, há o evidente desfecho do enredo, com direito à cena na qual Jamie, filho de Nathan e Hayles, é visto jogando basquete enquanto veste o moletom de seu tio Lucas. Por seu turno, a nona temporada, de apenas treze episódios, apresenta-nos àquilo que ocorrera após concedidos os rumos certos a cada personagem. Uma espécie de drama policial com nuances de thriller psicológico, a temporada em destaque poderia ter sido lançada algum tempo após a finalização do seriado, visionando uma melhor assimilação, por parte de admiradores e telespectadores, em relação àquela que seria sua temporada final.

A história televisiva, no entanto, demonstra-nos que ainda que este momento seja devidamente respeitado por diretores e produtores, há de se enfrentar alguns impasses quanto à recepção de novas histórias para personagens já internalizados pelo inconsciente coletivo de fãs. Nos recordemos da minisérie intitulada Gilmore Girls: Um Ano Para Recordar, produzida em 2016. Os quatro episódios acerca das trajetórias de Lorelai e Rory Gilmore agradaram alguns, mas causaram significativo desgosto em muitos outros.

One Tree Hill possui inesquecível tema de abertura e ótimas canções as quais embalam os romances, os rompimentos, as conquistas e o crescimento de suas personagens. Aqui, destacamos Payton Sawyer, adolescente blogueira, desajustada, ironicamente integrante do grupo de Cheerleaders de sua escola e grande amante e conhecedora da arte musical. Assim, como esperado, do Punk Rock ao Gótico dos anos 1980, a playlist é extensa.

Próximo ao término desta resenha, compartilho uma das citações - das inúmeras apresentadas no decorrer da série, especialmente por Lucas Scott, o qual mais tarde viera a se tornar escritor - a qual definitivamente tem me inspirado em minhas batalhas diárias. Creio que também possa ser capaz de inspirar vocês:

"[...] Essa era minha última chance. Se eu não conseguisse, mas tivesse dado o melhor de mim, estaria tudo bem. Mas se eu acordasse em alguma noite e percebesse que eu poderia ter me esforçado mais, aquilo iria me assombrar para o resto de minha vida [...]".

Nathan Scott, 8ª Temporada, 22º Episódio.

Para obter mais informações acerca de One Tree Hill, sugiro-lhe a busca do termo nas redes sociais. Ainda que há pouco mais de dez anos a série tenha sido finalizada, continua com maestria a conquistar um crescente número de admiradores.

Tree Hill sempre cabe mais um... Um verdadeiro lugar para se chamar de lar. <3

Aguardo ansiosa pelos comentários!

Até o próximo post! :)

Abraços,

Jennifer.