(R)EVOLUÇÃO

Oi pessoal... Tudo bem com vocês?

Apresento-lhes neste post uma resenha musical.

Espero que gostem! :) 


Marco Mengoni

Preciso reconhecer e deixar de lado quaisquer resquícios de orgulho: o mergulho o qual me atrevi a realizar já há alguns meses no universo da música italiana presenteara meus ouvidos e sentimentos da melhor maneira possível. Primeiramente, Laura Pausini e suas canções atemporalíssimas. Logo após, Tiziano Ferro - artista sobre o qual temos aqui um post publicado - e suas incríveis composições; promissoras poesias a serem eternizadas em algum registro de natureza escrita - e caso isto venha a ocorrer, serei uma das primeiras a adquiri-lo. No momento, Marco Mengoni definitivamente tem sido o menino de meus olhos - fãs de Laura e Tiziano: há espaço para todos na parcela musical de meu coração.

Italiano natural da cidade de Ronciglione, Marco Mengoni conquistara a primeira colocação na terceira temporada do talent show X-Factor, no ano de 2009, em sua versão europeia. Após este feito, iniciou a carreira musical a partir da assinatura de contrato junto à gravadora Sony Music, lançando seu primeiro álbum em 2011, intitulado Solo 2.0 - impecável compilação de faixas que flertam com nuances do Rock Alternativo, no entanto, sobre a qual ainda não me sinto à vontade para discorrer tal como lhe convém.

O sucesso lhe alcançara - e ao que parece, jamais o largara desde então - em #Prontoacorrere, o qual nos fora apresentado em meados do ano de 2013. É possível elencarmos algumas específicas faixas de sua tracklist, tais como Non Me Ne AccorgoLa Vita Non Ascolta e Una Parola, por exemplo, merecedoras de destaque por conseguirem transmitir o conceito que perpassa por todo este empreendimento fonográfico: canções compostas com base em melodias de Pop Rock e indiscutivelmente coerentes à espontaneidade e ao vigor de Mengoni à época de seu lançamento.

Desbravando a seara relativa à Pop Music e ao Eletronic Pop, os álbuns Parole In Circolo e Le Cose Che Non Ho, ambos lançados no ano de 2015, ofertam multifacetas musicais capazes de surpreender os fãs do cantor. Não me fora oportunizado acompanhar os primórdios da trajetória trilhada por Marco até os dias atuais, haja vista o fato de que fui apresentada ao seu trabalho recentemente. Todavia, creio que os referidos CDs impulsionaram sua carreira, o quê o tornara ainda mais popular no continente Europeu, estendendo este feito a outras localidades. O emblemático e premiado hit Io Ti Aspetto, presente no primeiro álbum mencionado, ganhara diversas versões remixadas - e ainda nos referindo à Parole In Circolo, também salientamos a relevância de faixas como Invincibile, Ed è Per Questo e La Neve Prima Che Cada. Em relação à Le Cose Che Non Ho, citar as baladas Solo Due Satelliti e Ti Ho Voluto Bene Veramente figura-se indispensável. Portanto, aqui lhes apresentamos algumas outras ótimas opções no que concerne à imersão no título fonográfico em voga, a saber, Resti Indifferente e La Nostra Estate.

A tempo, não devemos nos olvidar das canções as quais Marco Mengoni gravara em Inglês. É possível encontrá-las em seu primeiro trabalho de estúdio, Solo 2.0, bem como em álbuns mais recentes. Rock Bottom, por exemplo, presente em Le Cose Che Non Ho, fora composta pela cantora e produtora musical australiana Sia. Marco Mengoni Live, disponibilizado ao mercado no ano de 2016, além de faixas inéditas interpretadas no referido idioma, traz incríveis versões ao vivo de algumas já conhecidas pelo público que o acompanha - Got The Fear e Tonight podem ser elencadas à título de ilustração.

Minha formação acadêmica ainda hoje se desenvolve na área das Ciências Humanas. Porém, nesta passagem, permito-me realizar algumas breves considerações estatísticas: tenho aprendido, desde minhas primeiras incursões no universo da música italiana, que para apreciá-la sem amarras ou preconceitos faz-se necessário realmente gostar do dialeto o qual nos apresenta - em termos numéricos, talvez a média de 80%. Em tempos contemporâneos nos quais ainda somos significativamente interceptados por produtos culturais provenientes da inigualável hegemonia norte-americana - e, por conseguinte, disseminados via idioma Inglês -, consentir a outras linguagens e tradições é algo que realmente nos é caro e precioso. Os 20% restantes - não os esqueci - atribuo ao simples fato de se sentir à vontade ao admirar o artista ou a música em questão.

Marco, imbuído de sua áurea jovem e destemida, concede à Pop Music Italiana um frescor até então outrora experienciado por famosos e prodigiosos artistas provenientes de seu país, entre Laura Pausini e Tiziano Ferro - considerando, obviamente, as particularidades de cada e as temporalidades nas quais se estabeleceram no terreno musical. Em pouco menos de uma década e com apenas trinta anos de idade, o Sr. Mengoni vivenciara diferentes fases, além de altos e baixos inerentes ao mercado fonográfico. Embora isto tenha acontecido, demonstrou invejável maturidade no que concerne à produção de música que pudesse, de algum modo, representá-lo através do tempo. Atlantico, CD selecionado para resenha no presente post, é prova do êxito de sua dinâmica enquanto artista versátil e facilmente adaptativo a distintas searas, diversos gêneros e exigentes mercados.

Até o atual momento, Marco Mengoni possui cinco álbuns de estúdio e duas compilações ao vivo, tendo sido todos os empreendimentos lançados pela gravadora Sony Music:

- Re Matto Live (2010) [LIVE];
- Solo 2.0 (2011);
- #Prontoacorrere (2013);
- Parole In Circolo (2015);
- Le Cose Che Non Ho (2015);
- Marco Mengoni Live (2016) [LIVE];
- Atlantico (2018).

Adiante, segue parecer em relação à Atlantico, sua mais recente produção fonográfica.

- Voglio: Fora o primeiro single de Atlantico. Seu pop dançante e com tendências às atuais exigências e imposições do mercado fonográfico corresponde ao elemento musical que o adere às programações de rádio e a outras mídias difusoras da manufatura musical. Produzido para a canção, seu vídeoclipe fora gravado parcialmente sob a perspectiva de plano-sequência e é protagonizado pelo cantor junto a um talentoso grupo de dançarinos contemporâneos. Diversas foram as tentativas de reproduzir sua coreografia, confesso.

- Hola (I Say) [Feat. Tom Walker]: É o segundo single de Atlantico e conta com a especial participação do cantor escocês Tom Walker. Se interpretada inteiramente em Inglês, teria grandes chances de atingir o topo das paradas musicais norte-americanas, tamanha é sua força e similaridade àquilo que este mercado hegemônico preconiza aos artistas.

- Buona Vita: Também fora selecionada como canção promocional do álbum em análise e sua sonoridade é claramente influenciada por ritmos latinos. Está aí um Marco ao qual ainda não havíamos sido apresentados. Mais um indício de sua versatilidade frente às viabilidades da música contemporânea. O vídeoclipe fora gravado na Sicília e apresenta-nos a uma fotografia incrível e paisagens coloridas as quais respiram a cultura do cotidiano vivenciado pelo povo siciliano. A partir da audição de Buona Vita e da apreciação de seu vídeo, o cantor nos demonstra sua nova estética musical enquanto artista.

- Muhammad Ali: O título faz referência ao pugilista norte-americano Muhammad Ali, e a letra da canção, por conseguinte, alusão às derrotas e às vitórias comuns às nossas trajetórias vitais. Não apenas sua mensagem, como também sua contagiante melodia, ambos se figuram elementos capazes de revitalizar-nos. Avante e à luta!

- Le Casa Azul: Mais uma canção a qual é fortemente circundada por elementos da cultura latina. Inclusive, a atmosfera relativa à música comumente associada aos países falantes do idioma Espanhol nos toca de tal modo que até mesmo chegamos a pensar, diante da audição de algumas específicas passagens, que Marco interpreta a faixa em dialeto Espanhol... Contudo, nos enganamos: era apenas um cantor italiano e sua apaixonada catarse artística e criativa em relação à sonoridade inerente a este sistema cultural.

- Mille Lire: Iminência de rap com notas latinas e batidas pop. Assim podemos descrever Mille Lire, composta junto ao cantor Mahmood, seu conterrâneo. Cabe ressaltarmos que esta música faz alusão, em um de seus trechos, às nossas terras tupiniquins - "Però mi chiedo perché vuoi farmi male se io ti penserei pure dal Brasile"...

- Intro Della Ragione: Uma espécie de introdução à faixa seguinte, Intro Della Ragione é instrumental e adornada por violinos e violoncelos.

- La Ragione Del Mondo: Dando continuidade ao prelúdio anterior, La Ragione Del Mondo possui andamento lento e distoa, por esta razão, das demais faixas de Atlantico - o quê não a torna menor em relação ao total conjunto da obra fonográfica, apenas ímpar.

- Amalia [Feat. Vanessa da Mata e Selton]: Amalia é resultado do híbrido encontro entre duas culturas as quais ora se complementam, ora se fundem. Apresenta a participação dos cantores brasileiros Vanessa da Mata e Selton, além de sua letra e melodia terem sido aparentemente inspiradas pelas paisagens portuguesas. Um verdadeiro presente e uma agradabilíssima surpresa aos admiradores do cantor residentes no Brasil.  

- Rivoluzione: Promissor single, a julgar por sua melodia extremamente envolvente, letra de fácil memorização e refrão - sem dúvidas - cogitado de modo a nos conduzir a cantar à plenos pulmões: "O se fare la rivoluzione con te!". Difícil é permanecermos indiferentes...

- Everest: Desde Rivoluzione, paulatinamente Marco nos recorda de seus primeiros passos na Pop Music, o quê não se figura diferente em Everest, que possui batidas pop, com nuances inerentes à música eletrônica. É viável imaginá-la sendo tocada em uma balada ou clube noturno, pois apresenta um crescente que explode nos confins entre o primeiro refrão e a seguinte ponte instrumental, tal como comumente ocorre em produções musicais do gênero. Apesar da caracterização aqui proposta, é preciso nos atentarmos a uma nostálgica melancolia presente em sua melodia. Mas isto definitivamente não é ruim, pois este justamente corresponde ao fator que a torna tão peculiar em relação às demais canções de Atlantico, tornando-a destaque em meio à nossa inevitável prática de replay.

- I Giorni Di Domani: Um doce acalanto em meio à hiperatividade musical - sempre muito bem-vinda, diga-se de passagem - há tempos apresentada pelo cantor.

- Atlantico: "Attraverso l'Atlantico solo per stare con te!"... O principal refrão da contagiante faixa-título vale mais que quaisquer análises que por ventura eu possa vir a lhes ofertar.

- Hola: Corresponde a versão italiana de Hola (I Say), interpretada de modo solo e, portanto, sem a participação de Tom Walker. Ainda que se constitua exatamente a mesma canção - pelo menos em termos de melodia -, estranhamente a faixa em análise logra oferecer maior impacto musical ao ouvinte.

Dialogo Tra Due Pazzi: Sua melodia apresenta-nos a elementos os quais nos remetem à sonoridade de músicas sul-africanas. Alguém poderia imaginar que Itália e África poderia resultar em algo tão distinto e excêntrico? Uma ótima escolha para o término do álbum... Em contrapartida, péssimo para nós, ouvintes, pois este significa seu fim.

Após a audição da discografia completa de Marco Mengoni, o álbum resenhado no presente post, Atlantico, tal como podemos pressupor, corresponde ao empreendimento fonográfico que mais nos soa alternativo, experimental e ousado se comparado aos demais, até então inconscientemente - ou não - regidos pelos interesses da industrial musical e da grande massa consumidora. Por este motivo, pode ser considerado seu trabalho mais arriscado. Entretanto, creio que os riscos aos quais o cantor decidira se sujeitar lhe renderam bons frutos, contribuindo à desestigmatização de sua figura artística enquanto uma espécie daquilo que poderíamos denominar "rei da balada italiana", a julgar por sua tradicional atuação nas searas musicais relativas à Pop Music e ao Eletronic Pop.

Convido-lhes a se aventurarem, sem quaisquer receios, pela atmosfera pop e alternativa propiciada pelos trabalhos do cantor, e a entenderem, concomitante a este movimento, por quê "quando a letra faz sentido e se ressignifica na ausência de melodia, é poesia" (CELESTE, 2019) - esta é quem aqui vos escreve. Atlantico representa a revolução da música contemporânea diante da incansável e inabalável dinâmica evolutiva do sujeito que, interceptado por suas próprias vivências, faz-se artista - A.K.A: Marco Mengoni.

Caso se interessem, sugiro que procurem por "Marco Mengoni" nas principais redes sociais, entre Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.

Como não poderia ser diferente, deixo aqui meus sinceros agradecimentos ao João Vitor, membro fundador da webpage Marco Mengoni Brasil, a qual espera ansiosa por suas curtidas e seus comentários, objetivando que os admiradores brasileiros do trabalho do cantor se reúnam em prol da disseminação de sua incrível produção musical. Agradeço pelos vários esclarecimentos realizados via Instagram. Para quem preferir, além desta rede social, há também o Twitter da fanpage. Fora realmente um prazer poder imergir, ainda que timidamente, no universo do Sr. Mengoni... Obrigada pelo acolhimento! <3

Deixem seus comentários, suas impressões, suas críticas...

Até nosso próximo encontro!

Abraços,

Jennifer.

Comentários

  1. Oi, Jennifer!
    Não conhecia o cantor, mas gostei de saber um pouco mais. Vou atrás de mais algumas canções.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    Respostas
    1. Olá Luiza... Como vai?

      De fato, o trabalho do Marco não é muito popular em território nacional. Espero que suas buscas possam lhe proporcionar a melhor experiência musical possível! <3

      Volte sempre!

      Abraços,

      Jennifer.

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  2. Respostas
    1. Oi Miguel.... Como vai?

      Vá procurar saber um pouco mais. Creio que vá gostar!

      Obrigada por sua visita...

      Abraços,

      Jennifer.

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  3. Respostas
    1. Ei Magda... Tudo bem?

      Espero que goste do trabalho do Marco! <3

      Você sempre é muito bem-vinda.

      Abraços,

      Jennifer.

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  4. He looks like a really cool singer
    and a very good one too.

    Ann
    https://roomsofinspiration.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Hi Ann! How are you? :)

      Yeeees, Tiziano's music is the best!

      Thank you for this comment.

      I hope see you soon.

      Hugs,

      Jennifer.

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  5. Marco is very very good!

    Federica
    www.federicadinardo.com

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